Poesia

Ao acaso meu destino


Que soprem para todos os lados
Meus desejos matinais
Levando para bem longe
Minhas fantasias reais

A cada passo que dou
Sou por por metade desespero
Meu inteiro é alucinação
Que na terra enterro

E deixo crescer, florescer
Para que um pássaro qualquer
Leve semente para outro lugar
E eu daqui sem perceber
Que lá longe outra a crescer

Mas essa não dá fruto
O chão é seco, e nem de pé junto
Joelho e testa no chão
Consigo trazer chuva pra esse sertão

Não tem como plantar
Fazer um lindo jardim pra eu cuidar
Se do céu não cai água pras planta molhar

A única água que cai é de tristeza
E essa vem como correnteza
Cai de meus olhos direto no chão
Mas é água salgada, não serve pra meu sertão.

Mas eu sei que um dia alguém há de ver
Meu sertão sertão deixar de ser
Vai ser tudo verde e mais
Quando os homens voltarem a ser animais
Todos animados, não mais inanimados
Como índios do passado
Que planta na terra por prazer
E dela só tira o que vão comer

Arjuna Borges Macedo Arjuna Borges Macedo Autor
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