Poesia

O que nós queremos e o processo histórico

O que nós queremos?
seria o consumo desenfreado que
torna as pessoas ruins em seu
estado?
A paz mundial?
Pensamentos fora do normal



O sujeito quer o seu sujeito
Mas isso não se limita a algo de
efeito
Um ser total não pode ter base
em uma condicional
Comer, dormir e defecar
Isso pode ser necessário, mas
não algo extraordinário



E pensar que numa época exploração
n ãaaa ooo e x i s tia (quase!)
E que nos respeitávamos no dia a dia
Até chegar uma nuvem fria
O ócio
Que mudou todo o dia a dia



O homem é um ser histórico
Logo, faz parte



E pensar que as primeiras sociedades, divididas,
tiveram base na escravidão
Homens, cidadãos, com o ócio em mãos
Já outros, na contra-mão



Uns sim, outros não
Erámos decentes, eles não
São bárbaros, imperfeitos
sem juízo de ocasião
Haja armas e guerras para
tomarmos parte de sua produção
Adeus celtas, germânicos e companhia
Vão partindo em uma nuvem
fria



Logo mais, um pouco se desfaz
A população se retrai e a economia
pouco satisfaz
Viva a época da Igreja!
Os mosteiros, as cruzadas e as heresias
Bruxas são jogadas na fogueira por
não se parecerem com
Maria



O tempo passa, mas não se vão
Embora as desgraças
Nada como uma reforma para se dar ênfase na
graça
E nada para por aí
Surgem os burgos e o comércio (novamente)
Galileu, Copérnico e Da Vinci
Outra reforma, científica, para dar
fim à época fria
O homem já pertence à Biologia,
e não mais à romaria, Maria



Só mais alguns anos para chegarmos
ao Século das Luzes
Após Descartes, Locke, Montesquieu e Rousseau
Os iluministas estão exaltados
Estouram revoluções para todos os lados
Belga, Neerlandesa, Inglesa, Francesa
A sociedade não é para ser a mesma



Lancem as guilhotinas
Que os reis absolutistas percam suas
c a b e ç a s
Daí veremos quem é que tem sangue azul
Bando de urubus, carniceiros
Controlam a vida dos alheios



A burguesia toma sua cadeira
Sendo que não é mais flor que se cheira
Promovem seus interesses sem ouvir os dos
outros
Controlam a economia, maldita burguesia!
E aqueles que sofrem por suas
Melancolias?



Depois da Revolução Industrial
se aproxima, ainda mais, o mal
Quem sabe se quebrarmos as máquinas?
ludistas, não!
Não é desse jeito que irão mudar
sua situação
O problema não são as máquinas,
e sim a exploração



Para os cartistas digo o mesmo
Acham que enviando cartas, ao Parlamento,
Irão resolver algum defeito?



E os utópicos? Superados
Precisamos romper com a maldição
que nos assola
Marx, diga-nos a hora
Onde estão as ferramentas?
Pena que essa coisa é lenta
Que o proletariado se organize
E que isso nos facilite



Já são quase duzentos anos
Mas ainda naturalizamos a
condição de nós, humanos
E depois do monopólio financeiro, dos
políticos de cabideiro e dos facismos pelo mundo
inteiro...
O proletariado ainda quer sua salvação
Só ele é capaz dessa política que o satisfaz
Não importa ideologia, até vir a nuvem
fria



Mas ainda digo que o sujeito quer o seu sujeito
Disso não abrimos mão
Uma hora será com mais precisão
Lutar e fazer uma Revolução!

Daniel H Rodrigues Daniel H Rodrigues Autor
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