O coração não é brinquedo, mas se quer mesmo jogar, eu não tenho medo.
Feito jogos vorazes alguém vai se machucar, mas azar de quem desafiou o desconhecido e fez aposta no que tem mais para perder do que ganhar.
O jogo começa dois contra um, você, seu amor e eu, ingênuo pensar que a quantidade é vantagem. Não sabe das guerras que já travei e mesmo muito ferida sobrevivi.
Quer mesmo jogar? Eu não tenho medo.
Por antecedência perdoe as lágrimas que te farei derramar, os sonhos que destruirei, as feridas que por minha causa terá, e por fim, a inexistência de você quando tudo acabar.
Tem certeza que quer mesmo jogar?
O gelo perto do fogo pode até se derreter e transformar-se em água, mas não misture as estações, é claro que vai dar tudo errado. A água não precisa do fogo, tem sua correnteza própria, não para e certamente um dia gelo novamente será. O fogo acabando seu combustível morre, pode até deixar duras marcas em quem sobreviver, mas querido, eu ja te falei tudo que poderia falar, não me acuse de injustiça, precisa muito mais do que coragem para me enfrentar.
Quer mesmo jogar? Eu não tenho medo.
Em cada batalha que travei perdi um pouco de mim, o ataque é minha defesa e olho a olho te empunharei a espada. Faça o que puder para me vencer, lutarei bravamente, sem piedade, medo ou alma, mas será uma honra, se assim o conseguir, morrer em combate por um oponente tão guerreiro e forte quanto eu, que fez de mim o que sou, e por fim.....
Quer mesmo jogar?
Eu não tenho medo.
