Poesia

Afeto

São tantos pensamentos acumulados que precisei deposita-los em algo. Escolhi a escrita. Me faz descarregar uma grande quantidade de paranoias e neuroses acumuladas e me ajudam a compreender melhor quando colocadas no papel. É a sensação de que eu estou conseguindo entender e, talvez, lidar com o porquê das coisas estarem assim.
Que coisas? Que jeito?
Bem, na maioria das vezes eu não entendo, nem sei dizer o porquê de pensar tanto no passado, de pensar tanto nas coisas que me impedem de falar o que sinto, de me expressar tão agressivamente algumas vezes quando não quero falar o que realmente está acontecendo. O afeto, me afeta. O importar-se, me afeta. O cuidado, me afeta. Mas não no sentido bom, infelizmente. Me afeta tanto, que eu prefiro recusar. Me afasto, encontro formas e soluções para acreditar que não é nada demais para eu me manter forte e conseguir seguir em frente. Me afeta ao nível de eu esconder tudo, guardar todos esses sentimentos e fingir que não existe nada, porque "vai passar", porque "não vai ser duradouro", ou talvez "não sinto algo tão forte ao ponto de sentir que devo aceitar sofrer por isso". Que mecanismos de defesa mais bem bolados, como se o evitar, ou a fuga, fosse o alívio, a solução e o meu bem estar. É claro que me sinto bem quando sei que não estou sofrendo por nada ou ninguém. Pareço ser forte e ter uma barreira pro sofrimento. PARECE, mas não é bem assim. Quanto mais vezes eu evito, mais eu estou guardando uma grande parcela de sentimentos e acumulando tudo na minha cabeça. Porém, há momentos em que não se consegue evitar. E quando isso acontece, toda essa parcela de sentimentos armazenados procuram uma maneira de sair, e saem de uma vez. Ao leitor, deve estar achando que isso é bom, porém, não. Depositando uma grande parcela de sentimentos para um ser que mal conhecemos, no momento do ápice da conexão em que a única coisa que você sente é "EU ESTOU APAIXONADA", sem saber o quão é recíproco, sem se preocupar com isso, na hora parece ser ótimo, mas depois, vêm as mesmaa paranoias. MAS O QUE SERIA DA VIDA SEM ESSAS EMOÇÕES? É ESSA PORRA TODA QUE FAZ A GENTE SE SENTIR VIVO! Você simplesmente SENTE. É o sentir que nos move. E sim, eu me sentia viva, porém, viva e confusa. Viva e preocupada. Algo estaria errado? Devo me preocupar? Se o sentimento aparece, é preocupante, porque sai do meu comodismo e faz a vida acontecer tendo EMOÇÕES. Enquanto eu ter esse medo de sair do comodismo, medo da mudança, medo de entrarem na minha vida e bagunçarem com meu afeto (para melhor), não terá sentido em viver.
E você?
Como está trabalhando no seu afeto?

bq.

Brenda L Queiroz Brenda L Queiroz Autor
Envie por e-mail
Denuncie