Poesia

Saudades do meu lugar

Saudades de tudo, meu mundo, meu berço, meu canto. Encanto a tristeza com o amor que brota da alma e me acalma. Ah, como eu queria à infância voltar e os desencantos da vida esquecer, a mim mesmo esquecer, repousar.
Saudade sem fim, minha velha, a casa no sítio. Eu sinto, mas o meu recinto não existe mais. E tempos atrás as árvores eram meu parque de diversão, o canto do pássaro tocava meu coração, a primeira e mais bela canção que no mundo eu pude ouvir, sentir.
Saudade daquele quintal, colher frutas, flores nascentes do verão e a vida era bela, sim. Quanta riqueza se escondia ali, onde meus olhos podiam contemplar, viver, amar, sonhar.
Sempre no meu coração, aquele lugar, pelo homem esquecido, lembrando por Deus. Terra da minha criação, reduto dos meus.
Ah, como eu lembro do campo, com seu encanto. Brigar, brincar com os primos, abraçar os meus pais, colher boneca de espiga nos milharais. E o pôr do sol ao entardecer, saudades do sertão que viu crescer.
E como não chorar ao lembrar do meu lugar, onde eu corria de pé no chão, os arranhões na macambira, o ardor da urtiga e o cansanção. Como esquecer a terra que vive no meu coração. E para ela ei de escrever uma poesia em forma de canção, que só não será tão bela, quanto o cantar dos pássaros no meu sertão.

Erica Santana Santos Erica Santana Santos Autor
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