Poesia

Infinito-me

Eu me limito pra não enlouquecer
Porque sei que sou muito mais que isso
Posso ser o que bem quiser
Posso ser infinita dentro de mim mesma
Mas tenho medo...
E se eu me perder?
E se eu perder essa minha essência bruta, que não pode ser lapidada?
O que será de mim?
Ah, todas essas questões que parecem sem fundamentos para os outros
São meus martírios
A minha pesada cruz
Que carrego comigo
Quando todos se voltam pra mim com seus olhares julgadores, questionadores
E é ai que enxergo a realidade...
"Quem são eles? Quem eles pensam que são?"
Acham-se perfeitos, superiores a todos
O que eles não sabem é que são tão podres como eu
Como qualquer um
Ou até pior!
Já não quero mais essa vida
Já não quero ser essa versão minha
Baseada em padrões impostos por eles, podres como eu
(Ou até pior!)
Quero rasgar-me
Colocar um folha em branco em mim
E pintar-me com as minhas próprias tintas
As tintas da minha essência bruta
Quero transbordar-me de mim
Dos meus gostos
Das minhas risadas
Das minhas sensações
Do meu amor próprio
E renunciar cada pedaço meu que não me pertence
Quero ser eu, infinita em mim.

Ana Matos Ana Matos Autor
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