Poesia

Eis que a dor tornara-se irmã dileta do meu peito

Eis que a dor tornara-se irmã dileta do meu peito fraco.
Incontrolavelmente guerreavam-se os meus pensamentos.
Uma pilha de órgãos ensanguentados os meus olhos viam.
Viam os meus olhos o resultado da guerra de um só ente.
A passos largos avançava rumo a um abismo.
E levava consigo os espinhos do caminho com o intuito de suicidá-los.
Pisava nas flores,
Tinha pesadelos com paisagens claras e arco íris.
Sonhos nefastos nos quais era sempre perseguido.
Imaginar era uma atividade infrutífera.
De fato, perigosa.
Era colocar Deus em segundo plano.
Como em uma caixa de vidro...
Certamente creio que o mundo não existe.
Existem conjecturações, reflexões...
Nossa cabeça é que é o mundo.
E nesta plurisignificância
percebemo-nos sendo pensamentos independentes, moldados...
A diferença nota-mo-la em toda a parte.
Creio que talvez seja o cerne de toda a existência.
Chego ao porto.
E percebo que a dor é sempre passageira do meu peito fraco.

Luís Carlos Luís Carlos Autor
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