Poesia

UM RIO NÃO MORRE SOZINHO

UM RIO NÃO MORRE SOZINHO

UM RIO NÃO MORRE SOZINHO

É contemplando a beleza suprema
[das águas.
que me deleito
que dou graças...
que vivo!

Sentado às margens do rio Uruçuí-Preto,
Sinto um exemplo vivo
Do quanto é perfeita a Natureza.
[...é uma Criação Divina!

...é o hino da vida!
da ida
e da volta!

Percebo que as águas deslizam
Numa cadência poética e sensual!
Deslizam semeando vidas
Por este mundo de meu Deus
[mundo eclético.

...mundo de homens,
de árvores
e de bichos...
mais bichos do que homem
mais árvores do que bichos.
Mundo de homem-bicho sem árvores!

Universo
Que é meu
Que é teu,
Que é nosso!

É uma Dádiva Divina, a Natureza!
[...]
É banhando nas águas do rio Uruçuí-Preto
Que sinto como é majestosa, a Natureza.
E aí, sempre desejo,
Que todos os dias sejam domingos de sol
Para uma eterna contemplação.
Mas vejo que as águas correm
Numa serenidade implacável
Correm com medo da morte
Correm em direção ao mar
Numa cadência inarrável.

...e nesse vagar
nem sempre alcançam
a imensidão azul!!!

É sentindo os encantos do rio
Que não consigo entender
Porque o homem se faz sombrio
Fazendo o rio padecer,

Vejo que o rio sofre
Sofre nas garras do homem
Chora agônico
E aos poucos morre!
Morre e perde todo o encanto.

Mas vejo que o homem
Percebe
Mas não intercede
Sabendo que vencendo a Natureza
É também ele quem perde
Ele é vencido,
[é quem degusta incertezas!

...e nesse embate
A Natureza só é forte
Se forte for a natureza humana.
Aí o rio corre
Corre e encanta.

Mas, se o rio para,
Cai o pano,
Termina o espetáculo.

Utuçuí-PI, outubro, 2006

Anchieta A De Santana Anchieta A De Santana Autor
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