Poesia

O Baile


É possível confeccionar máscaras
Máscaras pejadas de outras máscaras
Disfarces indiscutivelmente autênticos
De uma realidade estável fingida.

Quando a face enodoada pela verdade
Desarranja-se aniquilada em lágrimas
Há sempre novo semblante instável subposto
Impossibilitando o vazio e a escuridão.

O baile prossegue enquanto as sombras
Fazendo-se de gente valsam vistosas
A música espalha-se e propaga mentira
A dança não passa de enganação.



Ajosé Fontinelle Ajosé Fontinelle Autor
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