Poesia

Fantasmas

Fantasmas

Eu preciso fechar meus olhos e descansar
Nem que precise tomar do silêncio dos mortos
E ver minha carne se definhar lentamente.

Cada hora me causa náuseas inevitáveis
Um tormento que carregarei até os últimos dias de minha vida.
Eu só quero descansar
E não ouvir os gritos desta humanidade insana.
Corruptível e corruptora,
Imprecisa e massacradora.
Será necessário que eu pague por todos seus erros
E ainda assim não serei visto como justo.

Quero sentir seu calor, mas você teima em me deixar sozinho.
Sei que sou culpado, mas essa maldita fraqueza humana me domina.
Estou perdendo os sentidos,
Murmuro seu nome epilepticamente.
Meus fantasmas me assustam!

Estou desfalecendo! Abraça-me pelo menos esta última vez!
E deixa que eu pereça no sono merecido.
Covardemente me calo diante de todos.
Sinto o perfume que anuncia sua chegada
E os olhares que nos negligenciam.

Diga que me ama! Isso servirá de extrema-unção.
Acompanhar seus lábios e tocá-los.
Os anjos nos rodeiam.
Não façam isso! Não nos separem!

Eu só quero descansar
E quem sabe um dia poder acordar ao teu lado,
E não mais temer, nem fugir, nem fingir.
Ser seu amor, seu cúmplice.
Deste crime que insistem a nós condenar por ele.
O crime de amar, amar sem limites.


Por fim, crucifiquem-me e me exponham em praça pública!
Ficarei feliz, ao sentir a brisa sobre minha cabeça,
E meus fantasmas indo embora finalmente.

Ruy D'grann Ruy D'grann Autor
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