Poesia

Floresta

Em tuas cores, vejo a vida florescendo
Dia nascendo, amores, sonhos, fantasia
Em harmonia, teus vegetais vão crescendo
Resplandecendo, ao soar da ventania

A poesia, em seus sonhos ignotos
Trazendo votos de amores e venturas
Conduz figuras dos teus ocultos devotos
Por entre fotos de exóticas criaturas

São tanajuras, colibris e borboletas
As violetas, as papoulas, margaridas
Relvas floridas, talos verdes, lamas pretas
Em piruetas, inebriam tantas vidas

Manhãs floridas. As gotículas de orvalho
Refletem, falho, o pensamento do pagão
Em cuja mão, a rosa, ausente do seu galho
Abre, em um talho, o insensível coração

Possa o facão, as foices, serras e machados
Sendo afastados dos teus troncos verdejantes
Ver, em instantes, teus verdumes perfumados
Ornamentados por vagalumes brilhantes

Joaquim Da Matta Joaquim Da Matta Autor
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