Poesia

O pobre

I
O pobre, quando ganha na lotérica,
Esbanja, esnoba, compra o que não tinha;
O que tinha, ele joga fora, a fim
De não mais ver o que lhe lembra a dor
II
Que o massacrava, em meio à fome homérica,
Do tempo que vivia sempre na linha.
Agora, que o dinheiro existe, enfim
Pode feliz, virar um gastador.
III
Vai ao bar, toma todas, quer jogar;
Não tem costume de comemorar,
E a cachaça é tão falsa, cruel e forte,
IV
Que ele é jogado ao chão. Dinheiro some;
Pouco tempo depois, já passa fome...
-Depois dizem que pobre não tem sorte!

Francisco R P Santos Francisco R P Santos Autor
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