Poesia

Os anjos amigos

Fiz vinte e nove anos
Mas não fui salvo por vinte e nove anjos

Nem tive vinte e nove amigos
Sinto que é hora de recomeçar
Recomeçar?!
Não sei, talvez começar
Já que os anos passam, tudo muda

Meu desejo é mudar
E não ficar nessa monotonia
Nessa alienação mundana
Não quero só estar por estar
Aqui. Vivo. Mas viver mesmo...
Seguir um caminho que tenha rumo
Já que a cada ano tem sido
Só um ano
Sem alegrias, sem me sentir feliz.

Fiz vinte e nove anos.
Sem uma pedra em minhas mãos,
Quero conquistar amigos
Nem precisam ser anjos
E começar, começar e me sentir,
Realmente ser feliz...
Ser feliz é uma missão
Não é só ver melhor o mundo
É andar por aí,
Sentir que valho a pena
Que sou alguém útil
Nessa vida que muitos não valorizam.

Quero sentir. Sou. Será que preciso
Aprender a perdoar
Ou a pedir perdão?
Quero escrever algo num papel
E saber que não é apenas
Um mero amontoado de palavras
Soltas, sem sentido.
Mas são minhas idéias conexas
E cheias do meu coração
E da minha razão
Porque só tenho usado o coração:
Pra ler meus livros: as poesias, os romances
Pra assistir a programas: novelas, filmes e musicais.
Não sou só coração, só lágrimas
Penso. Meus pensamentos, não os considero
Melhor que meus sentimentos.
Preciso pensar e não sofrer
No meio de pessoas a me fazer
Suar as mãos
Minhas mãos suam.
Quisera elas coçassem...
E o medo não existiria para mim.

Pois é! Tenho medo de estar aqui
E um dia nem poder ao menos
Olhar no fundo dos olhos de um filho
E dizer: Te amo!
TE AMO MUITO, MEU FILHO
Porque você é meu, sei que
Até certo momento, mas é meu.
Será que plantarei essa semente?
Muitas idéias me vêm à mente.
E não tenho capacidade de exprimi-las...
Sou assim mesmo e hoje tenho
Vinte e nove
Já profetizaram minha impossibilidade de amar
Preciso de amar e o amor aos outros virá.
Sei que virá e não será
Mandamento sem prática.
O amor nascerá naturalmente.

Tenho que me amar agora.
Devia ser assim com o mundo
E os homens não precisariam
Falar em paz.
Quero paz, pra quê?
Preciso me encontrar primeiro
E tudo o mais me será acrescentado.

Não sou, por enquanto, não.
Só tenho vinte e nove anos
E quero nascer pra tudo
Tudo que ainda não coube
Em minha vida.
Pedras em minhas mãos
Não existem...
Venham, amigos, não precisam
Ser vinte e nove como disse o poeta
Ter outra vez
Que sejam amigos, com histórias, com medos,
Com vitórias e derrotas.
Que sejam amigos.
E pra sempre sentirei. Sou. Vivo.Existo.Estou ...
Pra sempre sentirei anjos
Com faces serenas
A me darem motivos
Para a existência das rosas,
Das prosas, dos dias
E das poesias nascidas
Tranqüilas na vida
De alguém
Na minha vida.

Paulo De B Carvalho Paulo De B Carvalho Autor
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