Poesia

As nuvens que me escondia

Nuvens negras me cercam
Não nuvens de antônimos brancas
Mas nuvens de abutres famintos
Aponto de baixar e devorar-te vivo.
Acham-te cercados de angústia e aflição
Refletidos no teu lado de dor.

“Mas se Deus é por nós, quem será contra nós?
... A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição,
Ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?”

Gritei! Cheio de Fé, que não ia me acabar por ali.
O que pensei ser momentâneo se passou em dez dias.
Foi mister acontecer,
Ter que padecer,
Sem nunca temer,
Preso em dias, uma dezena de tribulação.
O céu não o via mais
Só as nuvens que baixavam.

Porém o que eu não via
Escutou-me,
Bradou meu nome e declarou
Eu sou contigo
Conheço tuas obras, tuas tribulações.
Não suportei ver-te como nunca.

Agora fora escuridão, fora abutres imundos.
Porque ele é meu bem-aventurado
Ele chora sem ao menos me ver,
Clama por mim, embora não sabe se vai me escutar.

Abutres não o acusem de que seus ossos estão secos
Pois meu Espírito já sopra em coração.
Não o condene porque meu Pai que está no céu
Foi que intercedeu por ele
Ouviu seus gemidos inexprimíveis.

Vão, já é tarde!
Porque o novo tempo chegou pra meu servo.
A minha graça o invadiu.
Um novo céu já está preparado.
E uma coroa da vida também.

Adiel Souza Rocha Adiel Souza Rocha Autor
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