Poesia

Chuva


Findou se o retirar dos retirantes
No vento a cantilena retumbante
Clarão no céu da pátria neste instante
E lá na negra nuvem-nave adiante
Regalo raro para um povo errante

E brota o riso frouxo, a reza grata
O verso a anunciar contentamento
E baila a folha verde ao som do vento
E a dança do inverno adentra a mata

A nuvem conta-gotas pinga água
E paulatinamente a chuva desce
E a poça progressivamente cresce
Um sapo sorrateiro à poça salta
E solta um som aberto peito afora
E o velho diz que a chuva é o céu que chora

Agora,
O fim do estio afinal
Lá fora corre um rio vertical

Vivaldo Simão Vivaldo Simão Autor
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