Poesia

Tão só: 2ª parte

O vazio nunca foi tanto, o silêncio não era tão ensurdecedor antes.
O telefone não era tão calado, o frio não era tão intenso e os dias nunca tão compridos.
As festas nunca foram tão desanimadas, as músicas não eram tão tristes em pleno carnaval.

Ah, essa solidão nunca esteve tão só.
Nunca esteve...
Meus olhos nunca falaram tão claramente de como minha alma está, meus sorrisos nunca foram tão lacrimejados.
Essa sensação de esquecido nunca esteve tão forte, a falta de vida nunca tinha sido tão viva.
Essa solidão nunca foi tão só... A ausência de alguma companhia nunca tinha me sido tão necessária e tão em falta. Um amigo para me escutar, para me fazer rir, para me fazer esquecer, nada disso tinha sido tão necessário antes.
Essa solidão nunca foi tão só... Essa vontade de amar, essa necessidade de beijar até perde o fôlego, a vontade de sentir o coração acelerar além do limite, de sentir dois corações ao mesmo compasso. Essa vontade de amar nunca foi tão desejada e nem tão odiada.
Meus lábios nunca foram tão secos, minhas mãos nunca tão vazias.
Meus versos nunca antes tão tristes, meu amor nunca tão abandonado.
Meus carinhos nunca tão jogados, meus desejos nunca tão reprimidos

Eu, hoje percebi que essa solidão nunca tinha estado tão só...

(Leandro SV)

Leandro da S Vale Leandro da S Vale Autor
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